Recebi hoje como comentário a um artigo no blog "SLBenfica Crónicas & Imagens", este texto que decido publicar:
Mudou muito.
Como é natural o jornalismo seguiu o ar do tempo: as formas de noticiar sofreram as necessárias mutações.
Os dois vídeos que agora tenho prazer de partilhar convosco - escusam de agradecer, os amigos são mesmo para as ocasiões - ilustram na perfeição as grandes alterações entretanto verificadas.
Dois tempos distintos: duas formas de estar... servil e passivamente!
Há quase 20 anos, fazer jornalismo era visivelmente uma profissão de elevado risco, como as imagens bem documentam.
Não falo apenas dos dramáticos relatos, tragico-cómicos até, que o Artur Albarran nos fazia da Guerra do Golfo.
Um mero jogo de futebol que, no plano dos principíos, seria um momento lúdico e de distração, transformava-se por vezes num «teatro de guerra», questão tão ou mais espantosa por ainda serem desconhecidos, à época, os talentos de Fernando Madureira e demais apaniguados nestas artes.
Contudo as coisas mudaram.
Hoje o clima é bem mais afável e sereno.
É claro que por vezes acontecem aqueles percalços de, por exemplo, um dado fotografo ter a pesporrência de se atravessar à frente de um carro em andamento (colocando em evidente perigo, obviamente, os ocupantes da viatura) e, atropelado, ser deixado ao abandono (dizem-me que é crime e que o Ministério Público tem poderes para impulsionar o respectivo procedimento criminal, mas realisticamente há que considerar a hipótese, plausível, de a norte do país os senhores Procuradores não terem acesso a jornais, TV, internet, etc..., ficando desta forma perfeitamente justificado que nunca, jamais em tempo algum, qualquer deles, um deles que seja, teve conhecimento dos factos), mas isso são minudências sem importância alguma.
O que importa é que o paradigma de jornalismo mudou.
O que temos agora é, nem mais nem menos, que o servilismo servido em forma de notícia, como o segundo trecho de imagens atesta na perfeição.
Ainda há quem diga que a Manela Moura Guedes faz mau jornalismo e é demasiadamente agressiva, quando no fundo o que a ex-cantora pop faz, afinal de contas, mais não é do que mandar umas... bocas!
Mas adiante.
Se reparmos nas imagens de 2010, verificamos que o jornalista de agora não questiona, não pressiona, não colhe informação.
Benevolamente, o jornalista (parece que provindo desse baluarte da qualidade informativa chamado «Correio da Manhã») agora anota... e ri!...
Ri muito e anota (ou «a nota», que isto agora com o acordo ortográfico é muito complicado e o português é uma língua muito traiçoeira)!
E ri-mo-nos nós também...
Onde antes a entrevista era um momento de compreensível tensão, hoje parece a brincadeira de um infantário pré-escolar...
Vendo ambas as imagens que agora vos deixo, mal por mal, preferia os tempos de há 20 anos atrás...
É certo que o Paulo Martins e o Pedro Figueiredo levavam uns caldos com um ar estranhamente cirscunspecto.
Este «anotador» de agora, se levasse na mesma medida, riria seguramente de forma distendida, quiçá comprazendo-se deleitado.
Era bem menos dramático: e a audiência pelo menos divertia-se à brava!...
Ilustres amigos e amigas!...
Nos últimos 20 anos o mundo mudou.
Mudou muito.
Mas como dá para perceber pelo 'antes' e o 'agora', o comportamento abjecto, laxista, pactuante e execrável de algumas forças policiais, esse, mantêm-se absolutamente inalterado!
1991:
http://www.youtube.com/watch?v=-n4hC7RM8TM&feature=related
2010:
http://www.youtube.com/watch?v=CtmGmSCfk9A
Por N.L.
(Caso o autor queira que retire este texto, por favor diga-me. Grato)
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